"...Sin Perder La Ternura Jamás!"

Algo entre o nada e o tudo. Entre cheio e vazio. Algo entre o eterno e o fugaz. Entre branco e preto. Mas nunca em cima do muro. Sempre povoado de sentimentos. Com pensamentos e idéias, eternas ou passageiras. Nunca cinza(entre o branco e o preto existem todas as outras cores). Isso sou eu. Hoje. Amanhã, talvez não mais. Sou um ser humano, estou em constante e permanente evolução. Ou não.

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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Zero À Esquerda - Edição Dezessete

Sempre ouvi falar que correr faz bem, mas nunca fui um grande de corridas. Sou preguiçoso a ponto de não conseguir criar uma rotina na qual sairia todos os dias, sem rumo, correndo até cansar e, no dia seguinte, estaria todo dolorido. Prefiro um futebolzinho aos sábados, apesar de saber que não tem o mesmo resultado.

Jogando contra qualquer tipo de motivação à corrida, está uma experiência fatídica a que fui submetido há alguns anos: inventei de acompanhar um amigo/atleta – acostumado a correr todos os diasem uma corridinha rápida de 30 minutos pela Redenção. Coisa leve. Porém, quando resolvemos parar eu, que não tenho noção de exercícios físicos, alongamentos e semelhantes, parei bruscamente. A primeira impressão que tive foi de que minhas pernas continuaram a correr sozinhas. Meu amigo gritou para que eu não parasse assim, apenas diminuísse a velocidade aos poucos, para que meus músculos fossem se readaptando.

Mas a parte em que meus músculos funcionaram sozinhos não foi nada, perto do outro dia. Apesar de ter feito vários alongamentos após chegar em casa, senti que havia forçado demais. Então, ao sair da cama no dia seguinte, algo incrível aconteceu: duas câimbras simultâneas, uma em cada coxa, no exato instante em que encostei os pés no chão!

Portanto, foi desde esse dia que fiquei ainda mais avesso a corridas e exercícios físicos. Sei que faz bem para a saúde, bem para o corpo e para a mente, mas nunca consegui me condicionar a tanto.

Foi alguns dias que senti, realmente, a importância da corrida: em alguns momentos de descontrole, tomamos decisões erradas e que podem por tudo a perder. Esses atos, feitos de cabeça quente, podem estragar um futuro lindo e completo. E foi em uma situação dessas que eu agradeci a Deus por ainda existirem pessoas que se dedicam à corrida, mesmo que seja uma corrida desatinada, rua abaixo, sem fôlego mas com muito amor.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Zero À Esquerda - Edição Dezesseis

Várias vezes me vi em situações que eram perfeitamente explicáveis por aquele conto no qual dois amigos caminham por uma floresta e, um deles, ao ser salvo de um afogamento pelo outro, escreve a história em uma pedra, para que nunca seja esquecido o bem que foi feito; em outro momento, durante uma briga, o mesmo jovem, ao receber um tapa do outro, escreve o ocorrido na areia, para que seja levado pela maré e, em breve, esquecido.

pouco mais de um mês passei por um desses momentos em que temos vontade de escrever em uma pedra ou, se possível, em um diamante, para que jamais seja esquecido. O problema é que, muitas vezes, não temos a lucidez suficiente para percebermos que estamos vivendo uma situação que nos marcará profundamente.

Sei que estou escrevendo sobre isso com certo atraso, afinal o show da Mercedes Sosa, no Pepsi On Stage, foi dia 19 de Outubro, três dias antes do meu aniversário. Mas, na verdade, a demora foi proposital, afinal, me dei esse tempo para que o texto fosse amadurecendo, assim como as lembranças daquele show memorável.

La Negra continua com a simpatia e o carisma que a tornaram um dos maiores ícones da música latino-americana. Nem mesmo a idade e doença que limitam os movimentos são páreos para impedir que ela solte sua voz potente e aveludada, grave e doce, cortante e carinhosa, revolucionária e decepcionada. Todas essas antíteses fazem parte do canto de Mercedes. Mas é graças a esses paradoxos que um ginásio inteiro - cheio de pessoas de mais idade e que viveram em uma época conturbada - comportou-se como se fosse formado por adolescentes, que cantaram, se emocionaram, aplaudiram de e, ao final, correram até a beira do palco a fim de se aproximar pelo menos um pouquinho daquela que foi a representação sonora de todas as angústias, desejos e lutas daquela geração.

Minha idéia inicial não era fazer um texto que se aprofundasse muito numa análise ou qualquer coisa que o valha, mas em se tratando da importância de Mercedes Sosa, tudo é válido e necessário.

que não pude escrever em uma pedra, resolvi passar para o papel e para a tela do computador tudo o que eu presenciei , naquela noite mágica. Porém, depois daquele dia, mudei um pouco de idéia e hoje eu acredito que certos momentos, de tão intensos e importantes que são não precisam ficar eternizados em pedras ou diamantes. Nossas retinas e nossos sentimentos se responsabilizam por manter essas lembranças para sempre na memória!