Amanhã é dia de mais uma edição deste clássico que representa, pra nós, bem mais do que simplesmente futebol. O povo gaúcho tem essa necessidade de escolher um entre dois lados, de não aceitar a indecisão. O "em cima do muro", historicamente, não tem vez nestes rincões.
Talvez seja isso que cause repulsa ou algum outro sentimento menos nobre de outros estados em relação ao nosso querido RS.
O gaúcho tem que ser Petista ou Anti-Petista, Chimango ou Maragato, Lima e Silva ou Padre Chagas, Parcão ou Redenção, Republicano ou Liberal, Nativista ou Tchê Music.... Gremista ou Colorado.
E é assim, carregando disputas históricas que os 22 jogadores vão entrar em campo amanhã, carregando na ponta de suas chuteiras a esperança de ambos os lados, onde um gol não será somente um gol, será também a redenção, a chance esperada há tempos de um deboche, uma flauta sobre o adversário.
O time vermelho, atualmente possui uma ampla vantagem, técnica e numérica, pois poderia colocar 3 times diferentes amanhã, com condições iguais de superar o time Tricolor, abalado momentaneamente em função de uma trágica passagem pela segunda divisão. Mas, ao se falar em 2ª divisão, é impossível não lembrar daquela mágica tarde do dia 26/11/05, onde o mundo parou para reverenciar um time frágil, sem um grupo totalmente organizado, calar um estádio(mais uma vez). Tudo estava contra, assim como nos dias de hoje. No papel, o inter é infinitamente superior, a imprensa lança aos quatro ventos que o título já tem dono, assim como a torcida alvi-rubra já vibra com o quinto título consecutivo.
Porém, meus amigos, o motivo do futebol, assim como a política e a religião, serem tão apaixonante é que não podemos explicá-los friamente, racionalmente. É necessário um pouco de paixão, da emoção para aceitá-lo. Cada um tem seus motivos para escolher um lado, cada um tem suas crenças, cada um tem sua ideologia.
E é acreditando nessa emoção, nessa fé, que eu digo: "Quanto maior a árvore, maior a queda".
P.S.: Só volto a escrever na segunda-feira.