"...Sin Perder La Ternura Jamás!"

Algo entre o nada e o tudo. Entre cheio e vazio. Algo entre o eterno e o fugaz. Entre branco e preto. Mas nunca em cima do muro. Sempre povoado de sentimentos. Com pensamentos e idéias, eternas ou passageiras. Nunca cinza(entre o branco e o preto existem todas as outras cores). Isso sou eu. Hoje. Amanhã, talvez não mais. Sou um ser humano, estou em constante e permanente evolução. Ou não.

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quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Entre Aspas...


Guerra de Fronteira


As fronteiras ideológicas da Guerra Fria atravessavam países e continentes, separando o "mundo livre" do outro e dos simpatizantes do outro. A não ser que visitasse um país comunista ou freqüentasse algum "aparelho", você nunca as cruzava. Sequer as via. Independentemente das suas simpatias ou eventuais rebeldias, vivia dentro de um perímetro comum bem definido. Com o fim da Guerra Fria, as fronteiras ideológicas desapareceram e nos vimos dentro de outra macrogeografia, a das fronteiras econômicas. Estas são visíveis demais. Separam bairros, dividem ruas, são fluidas e ondulantes - e no Brasil você as cruza todos os dias. Mais de uma vez por dia você passa por flóridas, suíças, bangladeshes, algumas bolívias... E em cada sinal de trânsito que pára, está na Somália.
É impossível proteger estas fronteiras como se protegiam as outras. A grande questão do novo século é como defender seu perímetro pessoal da miséria impaciente e predadora à sua volta. Os americanos não podem ajudar desta vez, a fronteira maluca ziguezagueia dentro dos Estados Unidos também. No Brasil da criminalidade crescente e da bandidagem organizada, as fronteiras econômicas são, cada vez mais, barricadas e terras de ninguém. No fim é uma guerra de contenção, de proteção de perímetros. E os excessos cometidos são defendidos com a velha frase, que foi o adágio definidor do século 20 e ganha força no século 21: os fins justificam as barbaridades. As chacinas de lado a lado, o poder de pequenos tiranos com ou sem uniforme de aterrorizarem o cotidiano de todo o mundo, tudo é permitido porque é uma luta de barreira, onde se repelem ou se forçam tomadas de território, como em qualquer fronteira deflagrada. Cara a cara, nação contra nação.
Há um sentimento generalizado, mesmo que não seja dito, que a maior parte da população do mundo é lixo. Excrescência irrecuperável, condenada a jamais ser outra coisa. Esta não é certamente uma constatação nova e nem qualquer utopista ultrapassado chegou a pensar que o contrário era completamente viável. A novidade é que hoje se admite pensar o mundo a partir dela. Já se pode dormir com ela. A ordem econômica mundial está baseada na inevitabilidade de a maior parte do planeta ser habitada por lixo irreciclável. Ser "politicamente correto" hoje é dizer o que ninguém mais realmente pensa - sobre raças, sobre os pobres, sobre consciência e compaixão - para não parecer insensível, mas com o entendimento tácito de que só se está preservando uma convenção, que a retórica dos bons sentimentos finalmente substituiu totalmente os bons sentimentos. É a intuição destes novos tempos sem remorso que move o entusiasmo crescente do público com a truculência policial na nossa guerra do dia-a-dia. Nem tem sentido discutir se as vítimas mereceram ou não. Não existe lixo inocente ou culpado. O que está no lixo é lixo. Demasia. Excesso. Excrescência.
Luis Fernando Veríssimo - Zero Hora - 29/11/2007

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

OS NORMAIS...

Eu jamais poderia imaginar que um dia iria encontrar uma pessoa tão maluca quanto eu. E não é que achei!?! Só duas pessoas sem noção seriam capazes de perder tempo em uma tarde qualquer para editar e dublar um trechinho do filme Tropa de Elite.

O assunto? A tragédia que são algumas dublagens, é claro.

Alguém saberia me explicar porque aquelas mulheres que dublam séries e filmes B, ou ainda canais de venda, falam sempre como se estivessem sorrindo? Muitas vezes estão falando ou contando um acontecimento trágico, mas é possível perceber que a pessoa está sorrindo. Duvido que seja só a mim que isso irrite.

E foi assim que a Márcia e eu decidimos prestar uma singela homenagem a essas atrizes tão precárias da nossa televisão. Espero que alguém, além de nós os dois, goste!


PS: Marcinha, só tu seria capaz de criar esse texto e interpretar com tamanha maestria! BEIJO!




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terça-feira, 20 de novembro de 2007

Zero À Esquerda - Edição Quinze

É muito fácil sentar-se em frente a um computador achando-se o dono da razão e acreditando que tudo o que sai da cabeça são nada mais que verdades absolutas. Mas como saber quais são elas e como distingui-las das mentiras plantadas por nossa confusão mental? São vícios e virtudes que se mesclam a um turbilhão de pensamentos ininterruptos no qual paira aquela sensação de quealgo bom por acontecer, porém a ansiedade não permite que consigamos enxergar o que está, talvez, tão próximo.

Às vezes uma vontade excessiva de realizar algo bom acaba impedindo que o fato torne-se real, “o mito que limita o infinito” (sem trocadilhos infames, por favor). Escrever, por exemplo, é uma coisa tão universal, porém tão subjetiva que acabamos por acreditar que algo que escrevemos é maravilhoso enquanto os outros classificam como medíocre.

“Sei que parecem idiotas as rotas que eu traçomas, apesar de nem sempre fazer o que é melhor pra mim, nunca faço o que não estou a fim de fazerlonge de mim a arrogância -, apenas acho que no silêncio da madrugada, quando o Sol brilha, somente nós mesmos é que sabemos do que tivemos que abrir mão para chegar até aqui, ou o que passamos para ter a consciência de vida (ou a falta dela) que temos e, portanto, devemos exigir da vida o que ela exige de nós!

Enquanto escrevo veio uma vontade de falar um pouco sobre mim, porém desisti, pois as pessoas a quem realmente interessa esse texto sabem suficientemente a meu respeito, até por haverum mapa dos meus passos nos pedaços que eu deixei”. Talvez ultimamente eu tenha sido mais um clichê, porém o medo, a ansiedade e, por fim, a esperança nos levam à fantasia, pondo abaixo os muros e as grades que nos separam daquilo que nos trava, permitindo um enfrentamento digno.

Por fim, gostaria de dizer que “roubei alguns versos, como quem rouba pão” de um grande pensador gaúcho, porém destaquei-os entre aspas. Estas frases ajudam a expressar um pouco o que eu queria passar para alguém que, por ventura, venha a ler este monte de palavras soltas ao vento.

Daqui não tem mais volta e, feito frases feitas, espero que alguém que esteja lendo ache interessante e, pelo menos, pense um pouco a respeito e responda: onde nos leva a vida que levamos?

P.S.: Escrevi esse texto em Janeiro de 2006 e encontrei elepouco. Acho que tem a ver com o que passo hoje, novamente. Isso acaba confirmando a tese da Márcia, do filme A Partilha, do Tempo e o Vento e tantos outros textos que existem por : nossa vida é feita de ciclos. Volta e meia nos deparamos com o reinício deste ciclo. Nos resta aprendermos com o anterior para aplicarmos no recomeço.

O autor das frases que eu reproduzi é o Humberto Gessinger, quem mais poderia ser?