"...Sin Perder La Ternura Jamás!"

Algo entre o nada e o tudo. Entre cheio e vazio. Algo entre o eterno e o fugaz. Entre branco e preto. Mas nunca em cima do muro. Sempre povoado de sentimentos. Com pensamentos e idéias, eternas ou passageiras. Nunca cinza(entre o branco e o preto existem todas as outras cores). Isso sou eu. Hoje. Amanhã, talvez não mais. Sou um ser humano, estou em constante e permanente evolução. Ou não.

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quarta-feira, 26 de abril de 2006

Lembranças...

Engraçado... Hoje bateu saudade da galera da PUC...
Das farras, das conversas, dos mates ali embaixo do 12... Dos estudos duas horas antes das provas, quando matávamos uma aulinha aqui, outra ali... Da correria de algum trabalho pra entregar ou apresentar, feito às pressas, via MSN... Das festinhas no Paraíba, que sempre acabavam em borracheira...
Das amizades verdadeiras que foram se solidificando, meio sem querer, meio por acaso... Por algum motivo ou outro se enfraqueceram, depois se fortaleceram mais ainda... Amizades que foram amadurecendo, junto com a nossa personalidade, junto com nossas idéias e ideais...
Mas eu poderia ficar uma noite inteira escrevendo lembranças, boas e ruins, alegres e tristes... E, enquanto lembrava, encontrei, perdida, essa foto aí de cima, tirada no dia em que demos o trote nos nossos bixos... Ela mostra bem, se compararmos com uma atual, como amadurecemos. Ela mostra, nas nossas caras, uns adolescentes recém saídos da casa dos pais, cheios de sonhos e idéias e vontades.... Sonhos idéias e vontades que foram se realizando, se concretizando durante esses quatro anos e meio.
Ótimas lembranças pessoal. Muito bom relembrar algumas passagens dessa época que faz pouco que passou, mas que não vai acabar nunca! Se algum de vocês ler isso, com certeza vai lembrar e entender o que estou dizendo.
Abraços!!!

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Zero À Esquerda - Edição Quatro

Não conheço a sensação de uma voadora na boca do estômago, mas acredito que seja esta a comparação mais eficiente para explicar o impacto causado pelo filme Cama de Gato, do diretor paulista Alexandre Stockler.

A fita possui uma qualidade cada vez mais rara no filmes atuais: não existe a possibilidade de permanecer indiferente a ele. É impossível sair igual deste mergulho. É um legítimo exemplar do estilo “ame-o ou odeio-o”.

Um turbilhão de pensamentos, possibilidades e, algumas vezes, repulsa nos acomete durante e após o filme.

Ele conta a história, em uma espécie de documentário, de três jovens de classe média que apenas “querem se divertir”, segundo palavras de um deles. Essa diversão consiste em festas, shows, mulheres e bebida, atitudes totalmente normais e comuns na nossa geração. E é aí onde se aloja o impacto mais profundo, pois, todo o absurdo que estes jovens cometem poderiam ser executados por nós, também jovens da mesma idade. Inclusive, várias cenas inseridas no filme, foram sugeridas por jovens reais, entrevistados antes da finalização do filme e questionados sobre como reagiriam em determinadas situações. E isso assusta.

Porém, essa diversão extrapola o limite do ético e do moral, e chega às raias da loucura, culminando com um estupro seguido de morte. Esta é a base de todo o roteiro, pois através de vários diálogos clichês sobre religião, política, vida, inseridos com maestria no decorrer do filme, somos obrigados a parar um instante para pensar se não estamos correndo o risco de agirmos exatamente da mesma maneira.

As entrevistas reais no início e no final do filme, nos confirmam como uma geração muitas vezes alienada do importante, pois, procuramos apenas a diversão, apenas o benefício próprio, muitas vezes não importando se é necessário passar por cima de alguém.

Um exemplo de que o filme não mente pode ser facilmente encontrado naquele inacreditável caso em que jovens da classe média alta Brasiliense puseram fogo em um índio que dormia na rua. Ao perguntar para um dos adolescentes “por que vocês colocaram fogo num índio?”, o promotor obteve como resposta a pérola “Eu não sabia que ele era um índio!!”. Inacreditável! O cara confunde tudo, ele não vê como algo errado o fato de ter queimado um ser humano, ele pensa que o problema é o índio!!! Assim somos nós, muitas vezes. Confundimos o sujeito e o objeto direto, utilizando palavras bem conhecidas por nós.

Em Cama de Gato, em uma das entrevistas, perguntado sobre a existência de Deus, ou alguma força que nos levasse a crer, à fé, um jovem lança outra frase, muito verdadeira atualmente, por sinal: “O jovem não precisa de alguém pra crer, precisa de alguém pra por a culpa”. Ponto.

Infelizmente, esse filme foi censurado nacionalmente, praticamente boicotado pelo governo Federal em suas tentativas de captação de recursos em 2000 e 2001. Mas foi adiante, conseguiu atores que se entregaram de corpo e alma sem cobrar cachê, como Caio Blat e, com apenas R$13.000,00 e nos deu uma demonstração de que podemos conseguir o que queremos se lutarmos, se não nos entregarmos. Exatamente como nós, jovens, devemos ser hoje e sempre!

Pra finalizar, uma frase apresentada no início e no final e que combina perfeitamente com a intenção do filme: “De que adianta ter todo o espaço do mundo pra se comunicar, e não ter nada pra falar?". Alexandre Stockler teve muito o que falar.

segunda-feira, 17 de abril de 2006

Zero À Esquerda - Edição Três

Ainda vale a pena ser educado hoje em dia? Essa pergunta é feita várias vezes por dia, por pessoas muito diferentes entre si, porém com um fator em comum: mantêm a educação entre suas práticas e virtudes.

Coisa que não requer muito trabalho e, além disso, melhora a vida de quem o é. Pois bem, refaço a pergunta: ainda vale a pena ser educado?

As pessoas esquecem que a educação é um favor para quem a possui, principalmente. É só analisarmos, no dia-a-dia, como as pessoas educadas e simpáticas são tratadas pelos demais.

Um exercício fácil de memória para comprovar o que digo: se alguém estiver lendo este texto, tente puxar da memória alguns momentos alegres, divertidos de suas vidas; momentos onde se sentiram leves, com a missão cumprida, pelo menos naquele instante.

Garanto que muitas destas passagens estarão diretamente relacionadas com atitudes educadas, onde ajudamos alguém que precisava de ajuda, fomos simpáticos, atenciosos, resumindo, educados.

A educação nos abre portas, sim, mas também abre sorrisos, abre corações, quebra os cadeados da rabugice.

Claro que, muitas vezes, somos educados para proveito próprio, para conseguirmos alguma coisa. Mas, mesmo assim, a outra pessoa sairá satisfeita, de bem.

Pra terminar, eu gostaria de dizer que vale a pena sim, ser educado. Os educados, os que fazem tudo correto, algumas vezes são taxados de trouxas. Talvez, dependendo do ponto de vista. De repente somos trouxas por fazermos tudo correto, por não aceitarmos as injustiças ou as facilidades da ilegalidade. Talvez seremos considerados trouxas por esperarmos nossa vez na fila, ao invés de furarmos, ou enganarmos alguma outra obrigação legal. Talvez bobos, mas com a consciência tranqüila.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Entre Aspas...

Aí tá, seção nova por aqui. Eventualmente irão aparecer por aqui textos de alguns autores conhecidos que eu tenha gostado e ache que possa interessar a mais pessoas.
Abaixo, um texto que saiu na ZH do dia 13/04/06.
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O prazer do medo
A menina dos meus olhos está naquela fase de apreciar filmes de terror. Dia desses reuniu meia dúzia de coleguinhas da mesma idade - essa idade encantada e única, localizada entre a infância e a adolescência - para uma madrugada de pânico e pipoca. As jovenzinhas espalharam colchões pela sala e passaram a noite exercitando seus medos diante da tevê, onde desfilavam monstros sanguinolentos, mortos-vivos e outros personagens macabros. Uma delas ficou todo o tempo com as mãos sobre os olhos, espiando por entre os dedos, mas todas pareceram ter se divertido muito com os sustos até o sono chegar.
É intrigante que num mundo de tanta violência os adolescentes escolham esse gênero de filme para assistir nas suas horas de lazer. Dizem os especialistas que os jovens buscam exorcizar os seus demônios vendo filmes de terror. Vêem o mal, mas sentem-se seguros porque sabem que está fora deles. E o estresse voluntário acaba sendo prazeroso.
Já os medos reais são mais difíceis de enganar. Li dia desses uma interessante reportagem sobre o terror dos jovens diante do vestibular, um fantasma inevitável para os estudantes. A garotada foi questionada sobre o que mais lhe causava medo no exame de acesso ao Ensino Superior. Respostas variadas: temor de chegar atrasado na prova (nessa idade o sono é pesado), medo de marcar errado o cartão de respostas, pânico pelo risco de não corresponder à expectativa dos pais, preocupação com a possibilidade de estudar muito alguma matéria que não cai no teste ou mesmo de dar um branco na hora de responder.
Mas esses são medos menores diante de um outro mais assustador. A maioria dos jovens apontou como principal tormento o medo de sair da escola, conjugado com a perspectiva de todo mundo passar no vestibular menos eles. Ou seja: o medo do ritual de passagem para além da adolescência, o medo de perder o apoio da turma, o medo de não mais poder reunir os amigos para ver filme de terror até chegar a madrugada.
Certamente Jason e Freddy Kruger são menos aterrorizantes.
Porém, como já passei há muito tempo por esse portal dos temores, posso assegurar à meninada que o filme não termina aí. Se tivermos coragem para encarar os desafios do amadurecimento, provavelmente encontraremos pela frente outros medos - mas também outros desafios, outros sonhos e outros amigos. E até, quem sabe, algumas porções deliciosas de pipoca.
Nilson Souza


segunda-feira, 10 de abril de 2006

Zero À Esquerda - Edição Dois

Muitas vezes somos surpreendidos por pequenas – ou grandes – coincidências que nos deixam com a dúvida se existe mesmo ‘algo’ que comanda toda essa confusão que é o mundo atual.

Sejam estes acontecimentos o encontro com alguém que desejávamos rever, uma música que gostamos e toca justo quando ligamos o rádio, um texto que diz exatamente o que precisávamos escutar naquele momento.

Para ilustrar o que quero dizer, justamente em um dia que pensava a respeito, escutei uma música que dizia algo semelhante ao que eu estava pensando (coincidência, não?).

Acredito que essas ocorrências são ainda mais fortes ou imprevisíveis quando estamos distraídos.

Me explico: neste caso distração não seria simplesmente o fato de estarmos desconectados com o momento, mas sim de estarmos sem o desespero de ser feliz, sem a necessidade de encontrar uma pessoa a quem possamos ‘culpar’ pela nossa felicidade.

Um trechinho da música ‘Distrações’, da Zélia Duncan:

“Se você não se distrai,
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não rí de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
A fúria da tempestade”

Distração, no caso, é deixarmos de nos preocupar desesperadamente com a vida e, simplesmente, vivê-la.

Às vezes, distraídos, perdemos o caminho, a direção. Mas, assim, acabamos encontrando uma pessoa, um lugar, um percurso mais tranqüilo.

Distraído, o tempo passa mais rápido, as coisas são menos dolorosas, a saudade melhor aproveitada. A estrela cai e, quando percebemos, o dia já nasceu.

Assim, sem compromisso, deixamos de nos angustiar com a alegria, o amor, a amizade. Pois, sempre que desistimos de procurar uma coisa, milagre!, ela aparece.

Existe coisa mais agradável do que aquele sorriso dado de surpresa, quando algo nos pega despreparado? Um sorriso verdadeiro, com todas as falhas que deve haver na vida, aproveitada assim, distraidamente.

Pois bem, talvez assim, quem sabe um dia, ao andar pela praça eu te encontre, também distraída, perdida, ‘assoviando um Beatles’ olhando para o céu.

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Falta de assunto...


Como diria o "capataz" que cuida os cavalos pra nós na Semana Farroupilha "tô quase chairado", por isso a ausência de postagens nos últimos dias.

Mas calmem, em breve voltarei com um textinho aceitável. Não garanto nada, mas acredito que sábado posto por aqui de novo, afinal, domingo tem GRE-nal!!!

E de domingo não se escapa, tudo se decide.

Até lá!

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Zero À Esquerda - Edição Um


Seria engraçado se não fosse trágico. Duas semanas após o Judiciário Estadual ter seu teto estabelecido em “singelos” R$ 22.111,25(!!) pudemos observar a proposta de reajuste salarial aos professores do Estado: 8,57%.
Este percentual poderia ser considerado um valor aceitável, não fossem os baixíssimos salários recebidos atualmente por aqueles que têm parte fundamental na formação da Sociedade.
Além disso, este reajuste seria feito em migalhas, parceladamente, até Março de 2007! Ou o Governador tem certeza que será reeleito, ou o próximo a assumir o cargo já herdará o mesmo com mais uma conta a pagar, dificultando assim um possível novo reajuste.
Mas, infelizmente, não entendo muito de política, então resolvi escrever esse texto sobre os nossos queridos mestres, não sobre nossos desagradáveis governantes (independentemente de partido ou ideologia).
Desde o início de nossas infâncias estamos acompanhados por eles que, na ausência necessária dos pais seja por trabalho ou outro motivo mais triste, são os responsáveis por nossa educação, nosso crescimento e, - porque não? – muitas vezes, nossa profissão e futuro.
Sem fazer muito esforço de memória, consigo recordar alegremente, uma de minhas primeiras aulas na Escolinha Gente Miúda quando a “Tia” (será que as professoras das creches são as responsáveis pelo ‘fenômeno’ atual onde todo o ser humano mais velho é chamado de ‘tio(a)’?) me recebeu e, neste dia fez um por um dizer seu nome e idade. Foi muito legal, minha primeira interação real e solitária com o mundo lá fora e, também, quando descobri minha timidez paralisante.
Lembro também de algumas brincadeiras na pré-escola, no General Netto, e de muitas pessoas daquela turma que foram meus colegas durante muitos anos subseqüentes. Alguns nunca mais vi, outros mantenho contato até os dias de hoje. De alguns professores desses anos de Ensino Fundamental eu recordo com clareza a facilidade deles em dar aula e o amor que tinham ao fazê-lo.
Do Ensino Médio, as recordações são ainda mais marcantes no inconsciente e no consciente também. Lá enfrentei ainda mais minha timidez que me incomodou muitos anos, lá aperfeiçoei o gosto pela leitura, herança dos pais e dos professores anteriores. Foi lá também que escolhi minha profissão. Sim, como eu disse em um parágrafo anterior, os nossos mestres também podem ser responsáveis pelo nosso futuro.
Na faculdade, encontrei mais mestres, mais amigos, mais conselheiros, mais lembranças para a vida toda.
Porém, é por aqueles professores, da pré-escola, dos Ensinos Fundamental e Médio que eu escrevo hoje. São eles que levantam diariamente de suas camas para formar o caráter da sociedade, para formar pessoas apaixonadas pela vida, por alguma coisa. E são eles que recebem propostas de 8,57% de reajuste em cinco parcelas sobre um salário ínfimo. E mesmo assim não desistem, não se entregam.
Seguem em frente tal qual o Cavaleiro andante e sonhador Dom Quixote, acreditando sempre que, com Amor, as causas perdidas ainda podem ser recuperadas.